Uma importante mudança na vida dos trabalhadores ocorreu com a relação com o tempo. Nas áreas rurais, a medição do tempo, como acontecem ainda hoje em muitas regiões, estava relacionada ao ciclo da natureza e
às tarefas diárias: hora do amanhecer e do anoitecer, hora de arrebanhar o gado, hora de colher os grãos, hora de ordenhar as vacas, hora em que as chuvas cessavam. Sem necessidade de pressa, os trabalhadores conduziam sua vida no ritmo das atividades agrícolas e pastoris. Nas cidades, entretanto, eles conheceram a disciplina do relógio.
Os relógios já existiam muito antes da Revolução Industrial, mais foi a necessidade de sincronizar o trabalho das fábricas que difundiu o uso e a fabricação do produto. A própria máquina, com seus movimentos mecanicamente sincronizados, foi um instrumento poderoso de controle do tempo dos operários. Assim, com o relógio, foi possível disciplinar o horário de entrada e saída dos trabalhadores, o horário de almoço e o tempo gasto para realizar as tarefas produtivas.
Afim de garantir a nova disciplina, os patrões contrataram supervisores para vigiar o trabalho nas fábricas, instituíram prêmios para os operários mais disciplinados e multas para os descumpridores de horários e de outras normas.